“O Brasil gosta de flertar com o precipício e chegamos muito perto dele”. A opinião é de Luiz Fernando Figueiredo, sócio e CEO da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, que, a convite do Andbank, falou para um grupo de cerca de 50 convidados da instituição financeira sobre Cenário Macroeconômico e Perspectivas para 2017. Na abertura do 1º Encontro Andbank 2017, o diretor do Private Bank, Leonardo Hojaij, destacou “a confiança em um ano melhor”, lembrando que, atualmente, o banco europeu está presente em 12 países e tem ativos de 22 bilhões de euros – no Brasil, administra uma carteira de R$ 2,2 bilhões. Os planos globais do banco incluem, entre outros, a abertura de uma unidade na Argentina ainda este ano e investimentos de 100 milhões de euros em TI até 2020.
Entre outros assuntos, o CEO da Mauá citou, como pontos positivos para a retomada do crescimento brasileiro, o fato do “governo ser racional em contraposição aos dois anteriores que tomavam decisões irracionais”. E ressaltou ainda a mudança de cultura da impunidade. “O efeito demonstração da Lava Jato”, diz, “é muito importante”. Ele acredita que o Brasil já está mostrando sinais de recuperação, apontando como exemplo a aceleração na queda dos juros, a redução da inflação e o fato de o atual governo saber lidar com o Congresso Nacional. “A recessão brasileira tem sido uma das mais longas e mais agudas da história. O processo de saída é, por esta razão, lento e gradual”, afirmou.